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HERANÇA
Pedro Lobato Moura
  • 28 de set. de 2019
  • 5 min

HERANÇA

HERANÇA. Dedicado a meu tio, Pedro Bueno Lobato. Contador de histórias. A voz do diabo, a coisa indizível, o estado alterado? Eu fui lá. Tem voz que é doida, tem voz que é esperta - que pariu Mateus, mas não quer embalar. Meu avô sempre diz: "Ser louco é pra quem pode, não é pra quem quer". Vozes. Segundo Platão, Sócrates, em suas investigações, interrogou os poetas sobre sua arte. Concluiu que os poetas, assim como os profetas, nada sabiam de fato sobre a arte que exerciam,
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Imitando chineses
Pedro Lobato Moura
  • 16 de mai. de 2019
  • 1 min

Imitando chineses

Observações imitando Liu I-Ming Vejo um lagarto mutilado: foi certamente Silvério, gato cinzento, bravo. Os lagartos diminuíram com a presença dos gatos, mas, neste tempo de outubro, com as primeiras chuvas vêm os mosquitos e os lagartos tentam a sorte. Vejo aí a arte das garras, dos ferrões e dos venenos. Cada bicho tem seu arsenal, cada ser seu kung fu. O homem é o rei dos animais, dado seu riquíssimo acervo de venenos, ferrões e garras, todos filhos da inteligência, sua ar
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Crônicas
Pedro Lobato Moura
  • 15 de mai. de 2019
  • 2 min

Crônicas

A jaca A jaca viajou da Índia, veio e vingou aqui. A jaqueira da Portela, louvada pelo poeta, mais bonita ainda não vi. O cheiro da jaca mole, cabulosamente doce, e a alma da jaqueira no quintal do candomblé, como se brasileira fosse – brasileira é. A árvore da fazenda i. Como eu fui a ela apresentado: Ela, a moça cigana, diz, minha árvore. Me leva, é inverno, a uma árvore nua no alto do monte, sem vizinhas, só pasto envolta. Guardam-na quero-queros. É tempo, é Iroko, é vento
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Inframundo Maleta
Pedro Lobato Moura
  • 7 de dez. de 2017
  • 2 min

Inframundo Maleta

Maquetes, como belos romances e outros planetas, têm esta atração, de se querer habitar nelas, como se fossem melhores que o real. Você já quis morar em um mapa bem desenhado? Meu pai trabalhava no Edifício Maleta. Numa gráfica, no tempo da letraset, quando existia a profissão de arte-finalista. Meu inferno é ali. É para onde vai meu espectro, quando da vida se desliga. Aerobel. Lua Nova. Shazam! Meu pai é mestre da pena, porém, mais ainda, mestre da pinga. Um homem cheio de
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Cigano, ouroboros
Pedro Lobato Moura
  • 18 de nov. de 2017
  • 5 min

Cigano, ouroboros

TRAMAS CAMINHOS DE MACAÚBAS Fomos a Jaboticatubas, eu acompanhando o Cigano, visitar uns artesãos. Pelo caminho, gratos passeios: Pinhões, terra de negros feiticeiros, de fortes congados e culinária inigualável, onde certa vez ouvi frei Chico cantar, no meio de uma missa, um ponto de preto velho. O Engenho, em Taquaraçu de Minas, de pinga boa e tira-gosto, queijo, linguiça, onde Cigano anuncia que toco violão e o dono do bar me traz um sete cordas, e tenho que desembolar um c
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Cigano, tramas
Pedro Lobato Moura
  • 17 de out. de 2017
  • 4 min

Cigano, tramas

TRAMAS O CIGANO NA FEIRA Todo domingo, na feira hippie, há mais de vinte anos. A mesma camisa, amarela, só usa para isso. O chapéu de couro de lebre, ramenzone legítimo, anéis, relógio, no bolso um gordo maço de dinheiro. No feirar, papear com todo mundo, lembrar os nomes de todos os feirantes, negociar à moda pré-capitalista, à moda cigana. De vez em quando, em performance, enxugar o suor da testa com um maço de notas de cinquenta. Cigano vai à feira de uniforme, à caráter,
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Livro do Cigano (falas, tramas)
Pedro Lobato Moura
  • 1 de out. de 2017
  • 4 min

Livro do Cigano (falas, tramas)

TRAMAS SANTA LUZIA Eu e Cigano na sorveteria. Ele me pergunta, com sua voz tonitruante: “O que é que você fez, meu amigo?” O que eu fiz? “O que você fez de errado, nesta vida ou em vidas passadas, para vir parar em Santa Luzia?” Sorrio... nem te conto! “Isso aqui é o fim! O lugar mais atrasado do mundo. Tão perto de Belo Horizonte, poderia ser avó da capital, tem a idade de Ouro Preto, mas é um lugar onde reinam o coronelismo, o atraso, a ignorância, o preconceito, a pobreza,
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Livro do Cigano (falas, tramas)
Pedro Lobato Moura
  • 1 de out. de 2017
  • 4 min

Livro do Cigano (falas, tramas)

FALAS O RIO DORME Tem uma hora que o rio dorme. JUDAS TE OLHA No colégio do Caraça tem uma Santa Ceia do mestre Ataíde, que tem um Judas que te olha: aonde se vai, Judas te olha. EMBRULHO Cigano conta que, quando menino, pediu ao pai que lhe ensinasse a fazer bonitos embrulhos para as mercadorias da loja. Seu pai disse que embrulhar a mercadoria não importava: ele o ensinaria a embrulhar o cliente. SEGREDO O segrego do comércio não é vender, é comprar. ALEIJADINHO Os Doze Pro
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Livro do Cigano (capa e preâmbulo)
Pedro Lobato Moura
  • 1 de out. de 2017
  • 5 min

Livro do Cigano (capa e preâmbulo)

LIVRO DO CIGANO um exercício. pescado, anotado, composto, redigido por Pedro Lobato Moura. 2016/2017 PREÂMBULO Estava em danada pindaíba, faltando dinheiro dos quatro elementos - conta d'água, conta de luz (fogo), aluguel (terra) e conta de telefone (ar). Assim, em busca de solução, dei com o Cigano. Conheci o Cigano numa sessão de ayahuasca, em Pará de Minas. Eu tocava o violão, foi sessão de muita força, lembro que apenas nos apertamos as mãos no final. Havia muitas pessoas
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Oficina: As flores e a morte
Pedro Lobato Moura
  • 4 de set. de 2015
  • 2 min

Oficina: As flores e a morte

Oficina de poesia. Ideal para as vésperas do dia de finados. Para maiores de doze anos. Começo contando o caso da menina, a flor e cemitério. Drummond contou-o, o famoso conto se chama flor, telefone, moça. A moça, que mora no apartamento, gosta de passear no cemitério, admirar as lápides, as esculturas, meditar sobre a condição humana, as iniquidades, as incertezas. Um dia, sem mais, colhe uma margarida que nascera num túmulo simples, somente uma cruz de madeira e o local gr
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Ensaio sobre Pedra e Poesia
Pedro Lobato Moura
  • 27 de jul. de 2015
  • 10 min

Ensaio sobre Pedra e Poesia

Ensaio sobre Pedra e Poesia Trabalho de ciências: Recolher amostras variadas de rochas, catalogar, organizar num painel para exposição. Eu tinha dez anos, quarta série. Fui na pedreira do bairro, pedi umas amostras, pus num plastiquinho, colei num madeirite. Gostei muito. Foi nesse então, que creio ter intuído um primeiro poema. É que estas palavras grudaram em minha mente: Quartzo, mica, feldspato. Eu ficava repetindo isso: Quartzo, mica, feldspato, quartzo, mica, feldspato
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